quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Tecnologia e Ciênçia


Versão paulista de movimento contra o capitalismo
tenta superar falta de eletricidade com energia solar

Falta de conexão à internet prejudica manifestações online

  • Do Big Crenthe Brasil

teto solarDaia Oliver/R7
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Teto que capta energia solar no Acampa Sampa
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Ruído de motor é a trilha sonora do Acampa Sampa, a versão paulistana da série de Ocuppy (ocupação, em inglês) que acontecem ao redor do mundo. O som vem do gerador, principal fonte de eletricidade das cerca de 80 barracas armadas no vale do Anhangabaú, na região central da cidade. Movido a gasolina proveniente de doações, a barulhenta máquina precisa de uma hora de descanso para cada quatro de trabalho. Há meia dúzia de tomadas para celulares, computadores, caixas de som, entre outros equipamentos sedentos por energia.

Veja imagens do Ocupa Sampa

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Uma tentativa para superar esse problema está em telhas verdes colocadas em cima de ripas de madeira encontradas na rua. Esse telhado é uma placa que absorve energia solar. A nova matriz energética ainda é um simples protótipo que sustenta um exaustor do tamanho de um cooler de computador e uma lâmpada de baixa potência. Mas a ideia é que o modelo cresça, conforme relata o designer Augusto Amaral, 26 anos, um dos manifestantes que toca o projeto.

- Eletricidade é o primeiro problema a ser resolvido. A partir dessa solução, muitas coisas poderão ser feitas.

Embora todos no movimento digam que a ação é temporária, não há prazo para a ocupação acabar. Tampouco planos para o que fazer depois que as barracas forem desarmadas. Mas enquanto estiverem por lá, há outros desafios estruturais na micrometrópole de barracas.

Em termos de tecnologia, alguns dos membros da comissão de comunicação – que rechaçam o papel de liderança, apesar de articular a maioria das manifestações e diálogos com movimentos sociais – dizem que precisam de mais modens 3G, equipamentos que permitem conexão sem fio à internet.

Assim, seria possível ter uma presença ainda mais forte na internet. Atualmente, o Ocupa SP tem um blog e perfis no Twitter, Facebook e YouTube, mas de relativo baixo impacto ao lembrarmos que o Brasil é um dos campeões em emplacar termos correntes internacionais nesses sites (De "Cala a Boca Galvão" a "Censo 2010"). Segundo um jornalista que compõe a comissão, que prefere não ter seu nome divulgado, atualmente é mais fácil voltar à casa para enviar conteúdo para a web.

A melhoria também permitiria que supostos membros do grupo hacker Annonymous pudessem atuar. Um rumor que corre pela manifestação dá conta de que existem cyberpiratas dentro do movimento. Porém, ninguém sabe apontar quem são nem quantos estão presentes.
O Annonymous ficou famoso por derrubar sites de empresas que estavam contra o Wikileaks, serviço que divulgou documentos secretos do governo norte-americano.

Entre eles, o equipamento de som. Na semana passada, o professor do IPUSP (Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo) Christian Dunker deu uma aula aberta. Ele bem que tentou fazer só com o seu gogó, mas teve que usar o microfone e as chiadas caixas de som.

Convivência
Dunker, que apoia o movimento, teve sua fala interrompida algumas vezes por moradores de rua. Um deles insistia em perguntar se o professor iria se candidatar a algo.

O fato de o Acampa Sampa (ou Ocupa Sampa, nome que alguns usam e que está mais de acordo com os movimentos similares ao redor do mundo) adotar várias bandeiras é visto como uma força pelo professor. Ele ainda acrescentou que a ocupação é uma oportunidade de se influir na história e não “simplesmente testemunhar”. Os manifestantes apenas testemunhavam as interferências na palestra do professor.

A aula foi filmada por uma câmera profissional. Mas parte do registro foi perdido porque a bateria acabou. 

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